Eu acredito em anjos. Uma afirmação um pouco duvidosa vinda de alguém que se diz tão cética (mas nem tanto rs). Sim, acredito. Porque os anjos que a mim foram apresentados, não tem nada de divino, não são adornados com asas brancas ou auréolas indicando algo de santo e casto. Eles são de carne e osso, são terrenos, cheios de defeitos e mais ainda de qualidades. Eles vieram a mim fantasiados de mãe, pai, irmãos, primos que parecem irmãos, tias e dindas que parecem mães e amigos, uma boa e suficiente dose destes.
Como eu costumo dizer não é muito fácil dar conta desse mundo ao avesso. Mas eles arrefecem intranquilidades, estando longe ou perto, e me dão ar para encher os pulmões e continuar os dias. Pois meus dias, de uma tripulação inteira carecem. E é preciso que assim se mantenha, para que eu possa caminhar sem que os trilhos descarrilhem, como já lhes disse outras tantas vezes. Por todos os bons sentimentos que vocês direcionam a mim, anjos dos meus dias, sou imensamente grata!
Nesse caminho que resolvi percorrer durante esses “5 anos” (porque prazos foram feitos pra não serem cumpridos rs), fui me compondo de inúmeros pedaços que, em grande maioria, encontrei pelos corredores da universidade, pelas estradas que me levavam até ela e em alguns espaços pouco prováveis. O que ficou em mim, pouco tem a ver com matérias passadas em uma sala de aula.
O que ficou, e por toda vida permanecerá, foram as discussões frutíferas (ou nem tanto), as conversas compartilhadas, as opiniões defendidas com veemência e logo depois alteradas, a importância da integridade e da coerência, a possibilidade de um lado pra lutar e a crença em ideais.
Todos esses pedaços de que me fui compondo, foi me dado pelas pessoas que encontrei. São estes os laços que me amarraram, é por isso que penso ter válido a pena, e por isso me sinto agradecida.
A parte chata houve, sempre há em alguma medida. Mas ela não cabe em minhas boas lembranças.